No momento em que se
comemora o dia da Mulher Afro-Latino-Americana e
Caribenha, criado em 25 de julho de 1992, no I Encontro de Mulheres
Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República
Dominicana, ressaltamos a necessidade de políticas voltadas para a inclusão
social e promoção da autonomia econômica das afro-baianas.
Como o turismo
é um grande polo de fomento à indústria criativa, destaca-se como um setor
apropriado ao desenvolvimento de inciativas econômicas e inclusivas. Salvador é
o terceiro destino brasileiro; mesmo assim, ainda precisamos evoluir muito no
quesito prestação de serviços e no processo de inclusão das soteropolitanas
como produtoras ativas.
Porque não
começar pelas mulheres negras? Pesquisas mostram que essa é a população que registra
os maiores índices de desemprego, de atividades informais e recebe os menores
salários no país, inclusive comparando com mulheres brancas. Por exemplo, estudos realizados pelo Instituto
Ethos, em 2010, mostram que nas 500 maiores empresas do Brasil, as mulheres
negras integram apenas 9,3% no quadro funcional.
E é possível unir o útil ao
agradável. Por isso, apresentamos projeto de indicação, já aprovado pela Câmara
Municipal de Salvador, sugerindo ao prefeito ACM Neto e ao governador Rui Costa
criação de capacitações para as mulheres negras atuarem como empreendedoras no
setor turístico bem como oferecendo orientações técnicas, com possibilidade de
linha de crédito para que possam desenvolver seus negócios.
Nosso projeto tem o mesmo
objetivo da data criada na República Dominicana: ampliar e fortalecer as
organizações das mulheres negras e promover estratégias desenvolvimentistas. É
uma forma de combate ao racismo, sexismo e demais formas de desigualdades. Mais
que debates e discursos precisamos de ações que imponham o empoderamento
feminino em todos os setores socioeconômicos.
Vânia Galvão,
Líder do PT na CMS.
Artigo
publicado no jornal A Tarde, no sábado, 23 de julho de 2016.
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