No Dia do Trabalhador, 1º de
maio, a líder do PT e presidente da Comissão de Reparação na Câmara Municipal
de Salvador, Vânia Galvão, comemora a aprovação na Casa do seu projeto de
indicação ao prefeito ACM Neto e ao govenador Rui Costa sobre a elaboração de
estudos para implementar programas de capacitação para mulheres negras atuarem
como empreendedoras no setor turístico. "Salvador é a cidade mais negras
depois da África, e pesquisas mostram que as mulheres negras são as que ocupam
as piores posições no mercado de trabalho, recebendo os piores salários",
considera. O projeto foi aprovado na sessão da quarta-feira, dia 27.
"Esperamos que os
gestores avaliem nossa proposta e possam consolida-la; principalmente aqui em
Salvador que recebe o título de capital do desemprego", observa. Conforme
explica a líder, a proposta é uma política de reparação que fomenta a inclusão
das trabalhadoras negras de modo autônomo no mercado turístico, que é um setor
importante da economia da capital e do Estado. "A ideia é reduzir com o
subemprego e subutilização da mão de obra das mulheres negras e possibilitar-lhes
a condução dos seus próprios negócios, oferecendo serviços qualificados, em um
setor que só tende a crescer", afirma.
Estatísticas –
No período de 2001 a 2009, mais da metade dos trabalhadores formais no Brasil
eram brancos (54,6%), enquanto mais da metade dos trabalhadores informais eram
negros (55,7%). Nas atividades formais, os empregadores preferiam os brancos,
particularmente entre as mulheres, uma vez que 52% dos trabalhadores e 58% das
trabalhadoras formais eram brancas. Já a ocupação informal, especialmente nos
trabalhos domésticos, demonstrou as maiores concentrações de negros e negras
(cerca de 2/3 para ambos os sexos).
De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os anos de 2003 e 2013, as
mulheres negras tiveram os menores índices no quesito desocupação. Conforme
apontou o instituto, a situação de desocupação entre brancos caiu em 55,1%, no
período, e entre negros 44,2%. O IBGE constatou ainda que a diminuição do
contingente de desocupados foi maior entre os homens brancos (56,1% de
redução), seguido das mulheres brancas (54,3% de decréscimo), dos homens negros
(47,4% de queda) e, por fim, das mulheres negras (41,5% de recuo). Também
segundo o instituto, as trabalhadoras negras ganharam, em 2013, 57,8% da
remuneração recebida pelas brancas.
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